Estudantes expõem seus projetos de pesquisa na Mostratec – Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia, em Novo Hamburgo/RS, até amanhã (28).
Estudantes de 21 estados do Brasil além do Distrito Federal e outros sete países vão ficar reunidos em Novo Hamburgo/RS até amanhã (27). Os jovens cientistas fazem fervilhar os pavilhões do Centro de Eventos da FENAC com muitas inovações e soluções para problemas complexos e cotidianos na 37ª Mostratec – Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia, evento que tem entrada franca. A feira é a maior do seu estilo na América Latina e sua organização é feita pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha.
Os projetos com viés sustentável, como o de Nicolas Mateus Paiva Pereira e Thiago dos Santos Silva Nascimento, da Escola Visconde de Mauá – SESI/AMAPÁ, de Macapá/AP são bem visitados. O deles busca uma maneira de consumir a água retirada das centrais de ar. Preocupados com a sociedade em geral, eles criaram um filtro para a água em impressora 3D. “Nós verificamos que o assunto está entre os objetivos da ONU- Organização das Nações Unidas- que são os pilares do desenvolvimento sustentável, sendo o número seis – Água Potável e Saneamento”, conta o estudante do 2ª ano, Nicolas Pereira, de 16 anos. Usam como processo de filtragem o extrato da casca do caule da verônica, uma planta comum de na Amazônia e irradiaram a água coletada da central de ar com uma lâmpada UV. Os alunos entendem a grandiosidade em buscar alternativas para o consumo de água. “Eu vejo que este projeto vai impactar a minha vida no futuro, pois é uma descoberta de uma nova fonte de água, que podemos torná-la potável. Isto pode impactar na vida, porque apenas 3% da água que existe no mundo é doce e pode ser convertida facilmente em água potável. Então uma nova fonte de água é um tema relevante agora assim como para o longo prazo”, conclui Nicolas.
Já Letícia Silvestrim Feitoza, de 16 anos, aluna do 2º ano do Colégio Dante Alighieri, de São Paulo/SP, buscou uma maneira de reaproveitar a matéria inorgânica do resíduo sólido do camarão. Ela percebeu que no processo de limpeza e de embalagem, quando, geralmente são removidas a cabeça, o exoesqueleto e a porção posterior do camarão, os resíduos podem chegar a 40 até 52% do peso original do animal. Com isso, são geradas quantidades expressivas de resíduo sólido. “O resíduo sólido do camarão, quando ele é descartado de maneira incorreta, prejudica muito o meio ambiente, porque são quantidades grandes, mesmo sendo matéria orgânica, impactam o ambiente”, explica Letícia. Mas como resultado o aproveitamento dos resíduos deste fruto do mar vai beneficiar a comunidade como um todo? “Eu acho que se o projeto realmente der certo, conseguir tirar um pouco de circulação esse descarte incorreto, vai poder gerar áreas mais limpas o que afeta a vida de todo mundo. Pode causar um dia a dia muito melhor”, conclui Letícia.
Por sua vez, Gustavo Souza Oliveira da Silva, Maria Eduarda Dias do Nascimento e Airton Victor Sales Ferreira, da Escola Estadual em Tempo Integral Aida Ramalho Cortez Pereira, de Mossoró/ RN, desenvolveram um papelão biodegradável, feito de reaproveitamento do papel kraft e do pó da palha de milho. Eles perceberam que os insumos para fazer papelão estavam em escassez. Então, buscaram uma alternativa biodegradável. Primeiramente testaram o pó da cana de açúcar mais perceberam que com o pó da palha de milho, o material ficava mais resistente. “A gente procurou materiais que fossem mal descartados na nossa região, que no caso foi o papel kraft, aquele papel que reveste o cimento, que é muito descartado nas construções e palha do milho, em abundância na nossa região. Observamos que o papelão ondulado, o papelão convencional que usamos, era um dos materiais em escassez, por isso que veio a ideia do projeto, tentar achar soluções para resolver esses dois problemas”, explica Maria Eduarda, de 18 anos e estudante do 3º ano. Essa embalagem alternativa causa menos impacto ambiental. “Esse projeto no futuro vai ajudar o meio ambiente primeiramente, porque o papelão convencional demora muito tempo para se degradar na natureza enquanto o nosso demora 60 dias”, compara Maria Eduarda.
A Mostratec conta com o patrocínio do Banrisul, Petrobras, CNPq e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
A Mostratec terá transmissão ao vivo pelo canal do YouTube: www.youtube.com/oficialmostratec
Mais informações em www.mostratec.com.br .