
A autorização do concurso público para a Fundação Liberato, concedida pelo Governador Eduardo Leite, no dia 28 de abril deste ano, representa uma conquista estratégica para a nossa instituição e, principalmente, para a educação pública do Estado. A realização desse certame exigiu planejamento, articulação e o enfrentamento de diversos desafios, sobretudo diante das limitações impostas pela escassez de recursos enfrentada pela gestão atual.
A redução de mais de 30 empregados públicos nos últimos anos impactou profundamente a rotina da Fundação Liberato. Projetos importantes deixaram de avançar no ritmo esperado, responsabilidades foram redistribuídas e, naturalmente, os empregados que permaneceram passaram a assumir múltiplas funções, sendo progressivamente sobrecarregados.
A Fundação Liberato sempre se caracterizou por vínculos duradouros entre seus profissionais e a instituição. Muitos colegas dedicam décadas de suas vidas à escola, e esse tempo de permanência é, em si, um ativo institucional. O encerramento desses longos ciclos afeta profundamente não apenas os que partem, mas também os que permanecem. A instituição se confunde com o lar, com a identidade de cada um, e esse sentimento compartilhado molda uma cultura organizacional forte, mas também sensível às perdas.
O desligamento de colegas experientes deixa lacunas difíceis de preencher em curto prazo, pois envolve saberes tácitos, relações construídas e memória institucional. Muitos que permanecem na escola há anos enfrentam cansaço físico e emocional, o que naturalmente impacta a produtividade, o ânimo e a capacidade de inovação. É fundamental que essa realidade seja tratada com respeito e responsabilidade, reconhecendo o valor dos que construíram a Fundação Liberato até aqui.
Nesse contexto, o concurso público representa muito mais do que a reposição de vagas. Ele simboliza renovação, esperança e abertura de um novo ciclo institucional. Os concursos anteriores – como os realizados em 2002 (24 vagas imediatas), 2010 (12 vagas imediatas) e 2019 (18 vagas) – marcaram momentos de recomeço e de fortalecimento. Foram oportunidades de integrar à Fundação profissionais qualificados, aprovados com mérito, que trouxeram novos olhares, competências atualizadas e disposição para somar. Agora, mais uma vez, temos a chance de fortalecer nossa missão pública e garantir a continuidade do trabalho de excelência que nos caracteriza.
O novo concurso, que prevê o provimento de 34 empregos públicos imediatos, é composto por 19 vagas para Analistas Educacionais – Professores, 5 para Analistas Educacionais – Orientadores(as) Educacionais, 1 para Analista Educacional – Supervisor(a) Escolar, 1 para Analista Técnico – Psicólogo(a) e 8 para Agentes Administrativos.
A solicitação do concurso ao Estado, feita pela atual gestão, contempla não apenas vacâncias recentes dos anos de 2023 e 2024, mas também vacâncias antigas que não puderam ser supridas anteriormente, além de vacâncias futuras que serão geradas por desligamentos compulsórios (estabelecido pela Emenda Constitucional nº 103/2019) dentro da validade do concurso.
O papel da gestão é garantir que a Fundação Liberato tenha condições de seguir sua trajetória e continuar tecendo sua história. Não é simples assumir responsabilidades em uma instituição amplamente reconhecida, especialmente diante de limitações estruturais. Mas é com compromisso, transparência e trabalho coletivo que buscamos construir soluções e oferecer à sociedade uma instituição pública forte, viva e capaz de formar cidadãos e profissionais preparados para o futuro.
Este concurso representa, portanto, uma vitória de todos: da Fundação Liberato, dos empregados públicos, da comunidade escolar, dos apoiadores e, sobretudo, da educação pública. Registro, por fim, nosso sincero agradecimento ao Governador Eduardo Leite, à Secretária da Educação Raquel Teixeira, à Casa Civil, na pessoa do Secretário Artur Lemos, à Secretaria da Fazenda, ao Grupo de Assessoramento Estratégico (GAE), à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), à Procuradoria-Geral do Estado (PGE), às instituições parceiras, lideranças políticas e a todos os apoiadores que se engajaram conosco neste pleito. O apoio e o compromisso de cada uma dessas instâncias foram fundamentais para que esta importante conquista se tornasse realidade.
Prof. Dr. José de Souza, Diretor Executivo.